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Escolhendo a Biblioteca de Componentes Ideal para Aplicações Corporativas em Angular

Escolhendo a Biblioteca de Componentes Ideal para Aplicações Corporativas em Angular

Em grandes empresas, o desenvolvimento de uma aplicação Angular de alta complexidade exige mais do que expertise técnica:

ele demanda decisões estratégicas que impactam produtividade, consistência e escalabilidade. 

Diferentemente de outras bibliotecas como React, onde escolhas fundamentais como roteamento e gerenciamento de estado precisam ser decididas separadamente, o Angular já oferece uma abordagem completa e padronizada.

Esse framework vem com ferramentas integradas que facilitam a construção de funcionalidades comuns, como rotas e injeção de dependências, o que torna o processo de desenvolvimento mais coeso.

Para componentes de entrada de dados e visualização, o Angular Material é uma opção altamente recomendada. Seus componentes, construídos sobre o poderoso CDK (Component Dev Kit), oferecem uma base extensível, permitindo que equipes criem soluções customizadas ao estender os componentes base do Material.

De fato, os próprios componentes do Angular Material são construídos com base no CDK, o que fornece flexibilidade para quem deseja ir além das funcionalidades padrão.

Angular Material’s steppe

No entanto, para aplicações corporativas que demandam interações ricas e comportamentos avançados, como tabelas que selecionam linhas com um clique ou grids altamente personalizáveis, o Material não é o suficiente ‘pronto para uso’.

Recursos básicos para o ambiente corporativo, como filtragem avançada, seleção de múltiplas linhas e customização de células, precisam ser codificados manualmente, exigindo tempo e expertise da equipe.

Esse cenário não é exclusivo do Angular Material; ele reflete uma demanda de longa data no mercado. Desde os dias do jQuery, o desenvolvimento de aplicações front-end sempre exigiu componentes de UI que pudessem ser facilmente incorporados em aplicações maiores.

Bibliotecas como jQuery UI, e posteriormente Kendo UI e PrimeNG, surgiram justamente para suprir essa necessidade, oferecendo componentes de interface avançados que pudessem ser adaptados para vários contextos.

Essas bibliotecas reduziram o trabalho necessário para implementar funcionalidades comuns em interfaces de usuário, permitindo que desenvolvedores se concentrassem mais nas funcionalidades exclusivas de seus sistemas.

Hoje, essa necessidade persiste e é ainda mais crucial em aplicações corporativas complexas, onde componentes prontos economizam tempo e garantem consistência visual.

O mercado continua a evoluir, com bibliotecas modernas que expandem as funcionalidades do Angular e atendem melhor a essas demandas.

Porém, a decisão entre construir esses componentes avançados internamente, estender bibliotecas como Angular Material, ou adotar uma solução especializada permanece como um dos dilemas-chave na construção de interfaces corporativas.

Então vamos lá, estou aqui para ajudar com esse dilema.

Para simplificar: se você é um desenvolvedor freelance criando um aplicativo menor, com poucos recursos e sem grandes expectativas de retorno, não há muito a se considerar. Nesse caso, vá de Angular Material e seja feliz – ele vai atender bem às necessidades de projetos menores e permitir que você se concentre em finalizar rapidamente seu produto.
Mas, se você é um arquiteto ou gestor responsável por uma equipe de desenvolvimento e está aqui porque sua equipe está dividida entre ‘buy’ e ‘build’, então este texto é para você. Continue, pois vamos aprofundar essa análise e ajudá-lo a fazer a escolha certa.

Uma coisa que sempre me preocupa no desenvolvimento de aplicações corporativas é o discurso de ‘isso é simples, depois resolvemos’. Essa visão pode vir de desenvolvedores menos experientes ou de gestores apressados, e muitas vezes parece sugerir que esses profissionais não têm ‘skin in the game’ – talvez já planejem migrar para a próxima oportunidade do LinkedIn antes que as consequências cheguem.

O perigo está em subestimar a complexidade da camada de apresentação.

Uma aplicação corporativa que depende de uma interface de usuário robusta precisa de planejamento detalhado, escolha cuidadosa de frameworks e uma biblioteca UI que acompanhe o crescimento e a modernização da aplicação. Ignorar esses pontos pode deixar sua aplicação presa ao passado.

Se a sua equipe tem menos de 10 desenvolvedores realmente experientes em criar bibliotecas UI, o caminho de ‘build’ se torna arriscado. Criar internamente uma biblioteca com todos os elementos necessários, como grids, componentes de upload, alertas, múltiplos tipos de inputs, e campos de data, exige tempo e dedicação constantes. E o tempo investido em reinventar esses componentes básicos vai, inevitavelmente, atrasar a entrega de funcionalidades de negócio que trazem valor direto à empresa.

Além disso, muitos se esquecem de que criar componentes é só o começo. Cada componente precisa de manutenção, otimização e atualizações frequentes. O próprio Angular tem pelo menos uma atualização por ano, o que significa que qualquer biblioteca personalizada criada na sua empresa deve ser acompanhada de um plano sólido de atualização. Isso não é opcional – é essencial. Quando sua equipe constrói uma biblioteca própria de componentes UI, ela não só assume a responsabilidade de criar, mas também de manter essa biblioteca ao lado de todo o código de negócio.

Portanto, se você se vê nesse papel de decidir entre construir internamente ou adotar uma biblioteca UI, já deve ter percebido que, em muitos casos, adotar uma solução robusta e estabelecida é o caminho mais seguro e eficiente.

Agora que você chegou até aqui, surge a próxima pergunta: qual biblioteca escolher?
Vamos explorar as opções e os critérios para garantir que você tome a decisão certa para sua aplicação corporativa.

Decisões Iniciais

Tenho uma boa e uma má notícia para você. A boa notícia é que há muitas bibliotecas de componentes disponíveis para escolher. A má notícia? Você precisa selecionar apenas uma. E, infelizmente, não existe uma solução única que sirva para todos os contextos – a escolha da biblioteca certa deve considerar as particularidades da sua organização e as necessidades do projeto em questão.

Para isso, você precisará de critérios que reduzam o risco de uma escolha equivocada, filtrando a lista até encontrar a melhor opção possível. Esses critérios podem ser seu guia para tomar uma decisão que seja vantajosa e sustentável a longo prazo.

Decisões Iniciais
Decisões Iniciais

Escolhas que Podem Desviar Você

Há alguns fatores que frequentemente aparecem como critérios iniciais, mas que nem sempre são confiáveis como guias definitivos. Embora possam ajudar a encurtar a lista, muitas vezes eles não levam à decisão certa. Vamos falar sobre eles:

Custo: O custo é sempre uma consideração válida. Muitas bibliotecas são gratuitas, e isso pode reduzir o impacto inicial da escolha. No entanto, o custo não se limita ao preço: pense no custo total de propriedade (TCO) – ou seja, o esforço contínuo de manutenção, atualização e suporte da biblioteca ao longo do tempo. Uma solução gratuita pode ser tentadora, mas, se a biblioteca não tiver a funcionalidade completa que você precisa, você pode acabar pagando um preço mais alto em produtividade e retrabalho. Lembre-se:

economizar no curto prazo pode custar caro no longo prazo.

Familiaridade: A tentação de escolher uma biblioteca de um fornecedor com o qual sua organização já possui uma relação pode parecer natural, pois a familiaridade pode trazer ganhos reais em produtividade e reduzir a curva de aprendizado. Mas tome cuidado. Mesmo que uma biblioteca seja de um fornecedor confiável, isso não garante que ela terá toda a funcionalidade necessária para o seu projeto. Garanta que os componentes realmente oferecem as funcionalidades desejadas e que a integração ocorrerá sem que você tenha que adaptar significativamente seu código.

Por vezes, a familiaridade traz mais limitações do que benefícios.

Popularidade: Este é outro critério comum – e com razão. Bibliotecas populares normalmente têm grande base de usuários, o que garante uma comunidade ativa, atualizações frequentes e ampla documentação.

Mas lembre-se de que popularidade não é sinônimo de adequação.

Algumas bibliotecas são populares em cenários que podem não se alinhar com as necessidades do seu projeto. Avalie criticamente o motivo da popularidade: será que ele está alinhado com as prioridades e desafios específicos da sua organização?

Necessidades Específicas do Negócio

No topo das prioridades estão as necessidades específicas que suas aplicações corporativas precisam atender – e que apenas algumas bibliotecas de componentes realmente suportam.
Essas necessidades podem variar de acordo com o setor em que sua organização atua. Por exemplo, se a sua organização lida com dados geográficos, será essencial que a biblioteca ofereça suporte a dados geoespaciais e funcionalidades de renderização.
Para o setor financeiro, componentes que suportem cálculos avançados ou visualizações detalhadas de dados financeiros podem ser indispensáveis, indo além do que a maioria das bibliotecas oferece.

Se for esse o caso, você pode precisar de bibliotecas especializadas em conjunto com uma biblioteca que ofereça componentes mais comuns. Essa abordagem garante que você cubra todas as necessidades de negócios críticas e não críticas, mantendo a consistência e a compatibilidade na interface.
Escolha primeiro a biblioteca especializada que atenda às necessidades específicas, e então selecione outra para complementar com os componentes gerais.

Equilibrando cenários de “bom o suficiente” e “crítico para o negócio”

A biblioteca ideal precisa atender tanto a cenários mais simples (ou “bom o suficiente”) quanto a cenários “críticos para o negócio”, exigindo alto nível de personalização.
Para os cenários mais simples, a funcionalidade “pronta para uso” é essencial. Idealmente, o componente já deve ser capaz de atender ao propósito com pouca configuração, para que sua equipe de desenvolvimento possa inseri-lo e prosseguir.
No entanto, para os cenários críticos, você precisará de componentes que sejam altamente personalizáveis, permitindo que se adaptem a requisitos rigorosos.

As bibliotecas de componentes geralmente implementam uma dessas duas abordagens para cobrir essa gama de necessidades:

  1. Componentes únicos e versáteis:
    Algumas bibliotecas optam por oferecer componentes individuais que atendem tanto a cenários simples quanto complexos. Esses componentes são projetados para serem úteis “fora da caixa”, mas também contam com uma API rica que permite ajustes personalizados. Essa abordagem economiza tempo e esforço, reduzindo a necessidade de escrever código complexo.
    Em vez disso, sua equipe pode configurar propriedades e explorar opções de personalização sem se preocupar com manutenção extra. Examinar a documentação desses componentes é útil: verifique se a funcionalidade “pronta para uso” atende ao seu caso típico e se a API permite adaptações para requisitos mais complexos.
  2. Múltiplos componentes específicos para cada cenário:
    A outra abordagem envolve oferecer vários componentes relacionados, cada um focado em um cenário específico. Essa estratégia é especialmente útil para cenários complexos onde o componente ideal já possui a funcionalidade “pronta para uso”. Nessa abordagem, é importante analisar a documentação com três perguntas em mente: “É fácil localizar os componentes relacionados?”, “Está claro qual componente atende a cada cenário?”, e “Os componentes relacionados mantêm consistência funcional e visual entre si?”. Essa consistência garante que, à medida que sua aplicação cresce e se torna mais sofisticada, você possa trocar um componente por outro mais adequado, sem grandes ajustes.
Kendo UI for Angular Scheduler

Atender às expectativas dos usuários

Lembre-se de que seus usuários passam a maior parte do tempo usando outras aplicações – redes sociais, e-mails e plataformas de streaming, entre outras. Esses sistemas estabelecem expectativas de uso e interação. 

Se os componentes da sua aplicação não funcionarem de acordo com essas expectativas, você terá que lidar com custos adicionais, seja em termos de codificação para alinhar o comportamento dos componentes ou em custos de treinamento para preparar os usuários a utilizarem uma interface que se comporta de maneira “diferente”.
O comportamento dos componentes “pronto para uso” deve atender aos padrões esperados pelos usuários, garantindo uma experiência intuitiva e produtiva.

O Componente Faz o Trabalho?

Em qualquer ambiente corporativo, certos requisitos de interface são comuns e essenciais para o funcionamento eficiente das aplicações.
Um dos exemplos mais universais são os grids de dados para exibir listas complexas e detalhadas de informações. A maioria das bibliotecas inclui algum tipo de componente de grid, mas a funcionalidade e a interatividade variam amplamente.
É fundamental avaliar se o grid da biblioteca oferece os recursos necessários, como ordenação, filtragem, expansão de linhas para dados relacionados, seleção de registros para edição ou exclusão, e até a adição de novos dados diretamente no grid.

Quanto mais avançada a interatividade, mais valor o componente agrega à experiência do usuário, reduzindo a necessidade de customizações e melhorando a produtividade.

Além disso, considere as suas necessidades de visualização e relatórios. Se a aplicação exige painéis de controle (dashboards) com gráficos, indicadores de progresso (sparklines) e medidores, a biblioteca deve oferecer esses componentes de forma robusta. Determine se ela atende ao nível de complexidade de que você precisa.
Às vezes, as demandas de visualização são mais simples, e investir em uma biblioteca avançada pode ser desnecessário. Contudo, se você busca construir visualizações sofisticadas e relatórios interativos, é essencial garantir que a biblioteca suporte esses requisitos desde o início. Em casos assim, sua busca pode se sobrepor ao tema de componentes especializados mencionados anteriormente; nesse caso, reavalie suas prioridades de escolha a partir dessa necessidade crítica.

Outras funcionalidades específicas, como agendamento e controle de datas, são igualmente importantes para muitas empresas, particularmente aquelas que precisam coordenar equipes, projetos ou prazos.
Os componentes de calendário e controle de datas da biblioteca oferecem a flexibilidade e as opções de personalização que sua organização requer? Avalie se os controles de data permitem configurações avançadas, como bloqueio de períodos, configurações de intervalo e opções de exibição semanal, mensal e anual.

Esse conjunto de exemplos pode se expandir indefinidamente, pois cada organização terá suas próprias demandas únicas. Para focar no que realmente importa, é essencial criar um inventário de requisitos das aplicações corporativas. Esse inventário é um recurso valioso para avaliar as bibliotecas, permitindo que você priorize componentes de maior impacto e se concentre em atender aos critérios que realmente importam para o seu negócio.

Kendo UI for Angular Data Grid

Hora do Test-drive

Você chegou ao ponto em que é essencial realizar um “test-drive” com alguns componentes amostra para garantir que a biblioteca selecionada atende às suas necessidades reais. Este teste prático deve incluir tanto um componente crítico quanto um componente mais incomum ou específico para suas aplicações.

Por exemplo, um grid de dados pode ser um componente crítico, especialmente em aplicações que dependem de grandes volumes de dados. Neste caso, verifique funcionalidades como ordenação, filtragem e edição direta no grid, além de requisitos de customização, como a capacidade de configurar colunas e estilos personalizados. Avaliar um grid ajudará a garantir que a biblioteca suporte um dos pilares fundamentais da sua aplicação corporativa.

Para o componente mais incomum, considere algo como um calendário interativo ou um gráfico de linha de tempo para visualização de eventos ao longo do tempo, caso sua aplicação lide com agendamento ou histórico de atividades. Esses componentes são menos comuns, mas, se a biblioteca puder atender a esses requisitos de forma robusta e intuitiva, isso pode ser um ponto positivo na decisão final.

Durante o test-drive, além de verificar se o componente “faz o trabalho”, avalie o tempo que um desenvolvedor leva para se familiarizar com a API e quão intuitiva é a configuração do componente. Uma API bem estruturada reduz o tempo de aprendizado e facilita o uso dos componentes, especialmente em uma equipe que precisa trabalhar de maneira produtiva.

Executar esse teste preliminar com componentes representativos é uma maneira prática de verificar se a biblioteca realmente cumpre sua promessa e se adapta às necessidades reais da aplicação. Ao final, você terá uma compreensão mais concreta de como essa escolha impactará o dia a dia da sua equipe no desenvolvimento de aplicações corporativas.

Benefícios Relacionados à Biblioteca

Ao escolher uma biblioteca de componentes, é essencial garantir que ela ofereça benefícios além da funcionalidade individual de cada componente. Você quer que os componentes funcionem bem juntos, de forma integrada e consistente.

Na experiência do usuário, a consistência visual e funcional é um valor central. Quando todos os componentes de uma aplicação compartilham uma aparência e comportamento homogêneos, os usuários se sentem mais confortáveis e seguros, pois interações familiares se repetem em toda a interface. Isso é especialmente importante em aplicações corporativas, onde a facilidade de uso impacta diretamente a produtividade. Portanto, a biblioteca escolhida deve garantir que os componentes tenham uma aparência uniforme e que seu comportamento seja previsível e padronizado em todas as suas plataformas e aplicações.

Outro benefício esperado é a capacidade de alterar a aparência dos componentes de forma centralizada. Uma boa biblioteca deve permitir que você ajuste o estilo de todos os componentes a partir de uma única configuração, sem precisar modificar cada elemento manualmente. Idealmente, esse controle de aparência deve funcionar de forma consistente em todas as plataformas suportadas (web, mobile, desktop), ajudando a manter a identidade visual da organização sem necessidade de ajustes complexos.

Muitas bibliotecas de qualidade incluem temas predefinidos, mas na prática, sua organização provavelmente possui um estilo visual próprio. A biblioteca oferece uma maneira fácil de integrar esse estilo? Algumas oferecem ferramentas para criar temas personalizados, enquanto outras permitem importar estilos existentes, como suas folhas de estilo CSS. Ter essa flexibilidade economiza tempo e garante que o estilo da aplicação esteja alinhado com o branding da empresa.

Se sua organização usa uma ferramenta de design UX, como o Figma, uma integração com a biblioteca pode ser extremamente vantajosa. Algumas bibliotecas de componentes oferecem kits de design que podem ser usados diretamente no Figma, permitindo que designers e desenvolvedores trabalhem de forma mais integrada. Com essa funcionalidade, designers podem criar interfaces que os desenvolvedores podem facilmente replicar com os componentes da biblioteca, acelerando o desenvolvimento e garantindo uma correspondência visual mais precisa entre o design e o produto final.

Por fim, é importante que todos os componentes da biblioteca compartilhem uma abordagem comum de design e desenvolvimento. Isso significa que a API deve ser consistente entre os componentes, de modo que os desenvolvedores possam aplicar o que aprenderam ao trabalhar com um componente em outros da mesma biblioteca. Essa coerência reduz o tempo de aprendizado e simplifica o desenvolvimento, pois os desenvolvedores já estarão familiarizados com os padrões e práticas da biblioteca, permitindo uma experiência de desenvolvimento mais fluida e produtiva.

Preparando-se para o Futuro

Escolher uma biblioteca de componentes envolve mais do que atender às necessidades atuais; é também uma decisão estratégica que exige atenção ao futuro. Um dos aspectos mais críticos é garantir que seus componentes se mantenham atualizados com os padrões de design, tecnologias e melhores práticas em evolução. Componentes desatualizados podem impactar negativamente a experiência do usuário e dar a impressão de que a aplicação não é uma prioridade para a organização.

Para entender o compromisso da biblioteca com a modernização, examine seu histórico de manutenção e o roteiro futuro. Avalie a frequência das atualizações: a equipe de desenvolvimento da biblioteca parece estar alinhada com as inovações tecnológicas e os feedbacks dos usuários? Documentação detalhada e um roadmap consistente são bons indicadores de que a biblioteca é confiável para um uso contínuo e adaptável às necessidades em evolução.

O test-drive realizado anteriormente também oferece insights valiosos. Como foi a curva de aprendizado ao explorar novos componentes? Se a biblioteca apresenta uma experiência escalável – com uma curva de aprendizado gradual, onde os recursos prontos para uso são fáceis de implementar e funcionalidades mais complexas exigem apenas um esforço adicional razoável – isso é um bom sinal de uma arquitetura bem planejada. No entanto, se o aprendizado foi inconsistente (onde funcionalidades simples são fáceis, mas requisitos avançados exigem esforço desproporcional), isso pode ser uma bandeira vermelha. A experiência do desenvolvedor deve ser gradual e positiva, não excessivamente complexa.

Outro fator a considerar é o suporte e os canais de ajuda. Em um mundo ideal, suporte significa ter diversas maneiras para os desenvolvedores acessarem assistência, inclusive o contato com os membros da equipe que construíram os componentes. Algumas bibliotecas oferecem fóruns de usuários ativos, enquanto outras garantem acesso direto a suporte técnico qualificado. A comunidade de usuários é um recurso valioso, mas provavelmente não deve ser a única opção para resolução de problemas. A agilidade na resposta é fundamental; horas de desenvolvedor perdidas esperando por suporte ou tentando resolver dúvidas com respostas desatualizadas podem se tornar o maior custo associado ao uso da biblioteca.

Seu test-drive pode também revelar quanto de suporte sua equipe precisará. Verifique se houve ocasiões em que os desenvolvedores precisaram de ajuda externa: quanto tempo foi necessário para obter uma resposta satisfatória? No longo prazo – e você espera que a relação com a biblioteca seja duradoura – o tempo economizado em suporte eficiente se traduz em produtividade e economia. A qualidade e a acessibilidade do suporte devem ser fatores decisivos em sua escolha da biblioteca de componentes, especialmente para garantir que sua aplicação continue sendo um ativo confiável e atualizado ao longo dos anos.

Reduzindo a Lista

Sabemos que esta é uma lista extensa de critérios, mas você só precisa de alguns deles para criar um checklist objetivo e significativo. Após aplicar esses critérios, se você ainda tiver mais de uma opção viável, opte pela mais econômica. Se os preços das opções restantes forem semelhantes, considere a biblioteca com “componentes extras” ou aquela que suporte uma plataforma adicional que sua equipe ainda não esteja utilizando, afinal, o futuro pode surpreender. E, caso ainda reste mais de uma escolha, permita que os desenvolvedores que trabalharão com os componentes façam a decisão final – qualquer escolha na lista já será sólida.

Talvez você tenha esperado que eu recomendasse uma biblioteca específica para escolher, mas essa decisão precisa ser fundamentada nos critérios e perguntas que este artigo abordou. Então, siga os exercícios e pesquisas propostas, com uma mente aberta e cercado por profissionais verdadeiramente experientes.

Mas quem são esses profissionais experientes no contexto de escolha de bibliotecas de componentes?

Profissionais experientes para esta tarefa são aqueles que:

  • Têm um histórico prático e comprovado em desenvolvimento de interfaces corporativas, com experiência no uso de múltiplas bibliotecas de componentes. Eles entendem não apenas como utilizar uma biblioteca, mas também como avaliar a arquitetura e estrutura que favorecem (ou prejudicam) a escalabilidade e a manutenção.
  • Possuem um conhecimento profundo do ciclo de vida dos componentes de software. Esses profissionais sabem avaliar o impacto de atualizações e mudanças de frameworks e bibliotecas, antecipando os custos e o tempo de manutenção necessários para manter os componentes alinhados às novas versões e padrões de mercado.
  • Entendem os desafios de UX e design de sistemas corporativos e podem avaliar se a biblioteca oferecerá uma experiência de usuário consistente e satisfatória. Eles consideram, por exemplo, como os componentes da biblioteca se alinham com as expectativas de usuários em ambientes de alta produtividade.
  • São críticos em relação à documentação e suporte, reconhecendo o valor de uma API bem estruturada e de suporte eficiente. Eles sabem que, no longo prazo, documentação e suporte de qualidade fazem a diferença entre um desenvolvimento ágil e um repleto de barreiras.
  • São hábeis em tomar decisões baseadas em análise de custos-benefícios, equilibrando o valor de uma biblioteca pronta com a possibilidade de personalizações futuras. Esses profissionais sabem que a escolha certa não é apenas a que atende as necessidades imediatas, mas a que suporta o crescimento e a evolução da aplicação.

Reúna-se com profissionais que exibem essas qualidades e, juntos, vocês estarão mais bem preparados para fazer uma escolha informada e estratégica.