Teoria da Predominância de Campos de Seleção em Aplicações Corporativas
Esta teoria propõe que, em aplicações corporativas, a maioria dos campos de entrada em formulários são dedicados à seleção de valores pré-existentes, em contraste com a criação de novos dados.
Nos formulários de sistemas corporativos, os campos são mais do que meros componentes de interface de usuário; eles representam as estratégias de negócios e operações da organização.
Esses sistemas geralmente são desenvolvidos com foco no Design Orientado ao Contexto de Negócios (Business Context-Driven Design), onde cada elemento da interface, como campos de seleção e busca, não apenas serve para a coleta de dados, mas também suporta processos de negócios específicos.
O design de software pode ser profundamente influenciado por considerações de negócio.
Os campos de seleção são predominantes em sistemas corporativos não apenas por uma estratégia deliberada para eficiência ou conformidade, mas porque as operações e processos do negócio exigem esse tipo de interação com dados já existentes.
Esses campos são essenciais para gerenciar a complexidade e o volume de informações que caracterizam os ambientes corporativos, adaptando-se naturalmente às complexidades dos dados e às necessidades operacionais desses ambientes.
A predominância desses campos em sistemas corporativos é uma resposta essencial à necessidade de manter a consistência e precisão dos dados em um ambiente de negócios que opera com grandes volumes de informações e onde as decisões precisam ser baseadas em dados confiáveis.
Campos de seleção são projetados para restringir as entradas a um conjunto definido de opções válidas. Campos como dropdowns, radio buttons e checkboxes oferecem aos usuários uma lista limitada de escolhas, cada uma correspondendo a valores validados e aceitos pelo sistema.
Os sistemas são projetados não apenas para funcionar tecnicamente, mas para integrar-se de maneira efetiva e eficiente dentro do contexto operacional e estratégico mais amplo da organização.
Os campos de seleção geralmente são personalizados para refletir fluxos de trabalho específicos e lógicas de negócios.
Por exemplo, em um sistema de RH, campos de associação podem ser usados para atribuir empregados a seus respectivos departamentos ou funções, facilitando a gestão e o planejamento organizacional.
Campos de Busca e Seleção Dinâmica incluem componentes de UI que permitem aos usuários buscar e selecionar dados já existentes no sistema através de métodos como autocompletar, filtros avançados e listas dinâmicas.
Campos de Seleção Estáticos, como dropdowns, radio buttons e checkboxes, são utilizados para escolher entre opções pré-definidas.
Campos de Associação e Atribuição vinculam entidades ou configuram relações entre diferentes conjuntos de dados dentro do sistema, como vincular funcionários a departamentos ou associar clientes a categorias de serviço.
A Busca Ativa envolve componentes de UI que permitem aos usuários digitar identificadores ou palavras-chave, como números de conta ou nomes, para iniciar uma busca dinâmica e localizar e selecionar dados específicos dentro do sistema.
Formulários de Entrada vs. Formulários de Negócio
Nas aplicações corporativas, podemos categorizar os formulários em dois tipos principais:
- Formulários de Entrada:
- Esses são os formulários responsáveis por inserir dados em tabelas de domínio, que geralmente categorizam e estruturam informações. No formulário de exemplo, campos como “Categoria”, “Subcategoria” e “Cargo” são exemplos de dados que alimentam essas tabelas de domínio. Estes formulários criam novos dados no sistema, como o cadastro de novos cargos, categorias de produtos ou tipos de eventos.
- Formulários de Negócio:
- Esses são os formulários mais complexos e sofisticados, que não criam dados novos, mas sim geram informações ao combinar e vincular dados existentes de várias tabelas de domínio. Um exemplo clássico é um formulário de empréstimo, onde o sistema não está inserindo novos dados, mas vinculando um cliente a um contrato de empréstimo. Aqui, dados como o número da conta, tipos de taxas de juros, prazos e outros valores já existem no sistema e são apenas combinados para gerar uma nova informação: o empréstimo.
Formulários de Entrada e CRUDs
Nos sistemas corporativos, os Formulários de Entrada estão diretamente ligados às operações de CRUD (Create, Read, Update, Delete), que constituem a base da maioria das interações com dados dentro do sistema. Esses formulários são responsáveis por criar novos registros, como adicionar novas categorias, cargos, subcategorias, ou qualquer outro dado que alimente as tabelas de domínio.
Esses CRUDs desempenham um papel crucial no sistema, pois são o ponto de entrada para novos dados que posteriormente serão utilizados nos Formulários de Negócio. Como tal, a eficiência e a precisão desses formulários de entrada são fundamentais para a integridade geral do sistema.
A Importância dos CRUDs em Formulários de Entrada
- Criação de Novos Dados: Os CRUDs garantem que novos dados sejam inseridos no sistema de forma controlada e conforme as regras de negócio estabelecidas. Sem formulários de entrada eficazes, os sistemas não teriam uma base de dados precisa para operações posteriores.
- Manutenção de Dados: Além de criar, os formulários de entrada permitem a atualização, leitura e exclusão de dados, mantendo a base de dados do sistema sempre atualizada e consistente com a realidade do negócio.
- Controle de Acesso: Os CRUDs em formulários de entrada também estão frequentemente vinculados a permissões de usuário e controle de acesso, garantindo que apenas usuários autorizados possam modificar ou inserir dados críticos no sistema.
Esses pontos reforçam a importância dos formulários de entrada como base para a operação eficiente dos sistemas corporativos, sendo o alicerce sobre o qual os formulários de negócio irão atuar.
A Importância dessa Distinção
Essa distinção entre os formulários de entrada e os de negócio é crucial porque reflete o verdadeiro papel dos sistemas corporativos. Em muitos casos, o objetivo não é criar novos dados a cada interação, mas utilizar de maneira eficiente os dados já existentes para gerar novas informações e tomar decisões baseadas nessas informações.
Esses formulários de negócio são responsáveis por processos críticos dentro das empresas, como a aprovação de contratos, gestão de pedidos, análise de crédito, entre outros. Eles combinam dados de várias fontes e tabelas para criar informações que guiam a operação da empresa.
Vamos usar o formulário da imagem como estudo de caso para ilustrar a Teoria da Predominância de Campos de Seleção em Aplicações Corporativas. A seguir, detalho como essa teoria se aplica ao formulário mostrado:
Estudo de Caso: Formulário de Consulta de Registro
Análise do Formulário
Este formulário exemplifica bem a predominância de campos de seleção em aplicações corporativas. Abaixo está uma análise de cada campo com base na teoria:
- Campos de Data (Início e Término):
- Embora as datas pareçam ser campos de entrada livre, elas estão frequentemente sujeitas a restrições específicas, como intervalos de tempo pré-determinados. Isso é comum em aplicações corporativas onde as datas devem estar dentro de um período válido, como o ano fiscal ou um período de contratação específico. Essa restrição faz com que as datas, apesar de parecerem livres, também estejam, de certa forma, pré-selecionadas dentro de um intervalo permitido.
- Categoria, Subcategoria, Cargo, Setor:
- Estes campos utilizam listas suspensas (dropdowns) ou caixas de texto associadas a valores previamente cadastrados no sistema. O usuário não cria uma nova categoria ou setor, mas seleciona um valor pré-definido, minimizando a chance de erro e garantindo que os dados inseridos estejam em conformidade com a estrutura organizacional.
- Tipo do Evento, Jornada, Tipo de Vínculo, Regime Jurídico, Espécie do Evento:
- Todos esses campos são exemplos clássicos de seleção de valores pré-existentes, frequentemente mapeados por tabelas de domínio na modelagem do banco de dados. Eles refletem a estrutura legal e organizacional da instituição, sendo pré-definidos para assegurar a consistência e a validade dos dados.
- Setor:
- O campo “Setor” é um excelente exemplo de um componente corporativo com inteligência embutida. Esse campo não apenas permite a seleção de um valor, mas também realiza a busca e a filtragem de dados corporativos complexos. Este tipo de componente é comum em aplicações corporativas, onde a seleção de dados precisa ser eficiente e precisa, integrando-se diretamente com os sistemas internos para garantir a acurácia das informações selecionadas.
- Campos de Seleção (Checkboxes):
- “Somente Ativos”, “Subordinados?”, “Referência”, “Natureza do Evento”: Esses campos também exemplificam a seleção de valores que afetam o filtro de consulta. Eles guiam o usuário para selecionar parâmetros que já estão definidos e que irão refinar a busca.
Aplicação dos Pilares da Teoria
- Seleção de Valores Pré-Existentes:
- O formulário se baseia amplamente na seleção de valores que já foram definidos no sistema. Cada seleção é uma maneira de vincular dados preexistentes (como cargos e categorias) às consultas.
- Redução de Erros e Aumento da Integridade dos Dados:
- Ao limitar as entradas do usuário a valores pré-definidos, o formulário reduz a possibilidade de erro, garantindo que a consulta seja realizada com dados válidos e consistentes.
- Mapeamento dos Campos pela Modelagem de Negócio:
- Campos como “Categoria”, “Cargo”, “Tipo de Vínculo” e “Regime Jurídico” são diretamente mapeados para tipos de dados específicos no banco de dados, refletindo a modelagem do negócio. Isso assegura que as consultas retornem dados precisos e alinhados com as regras organizacionais.
- Propósitos Específicos dos Campos:
- Cada campo tem um propósito específico que vai além da simples coleta de dados. Por exemplo, “Tipo de Vínculo” reflete contratos de trabalho específicos, enquanto “Categoria” pode se referir a classificações de cargo ou posição dentro da estrutura organizacional.
- Eficiência no Preenchimento de Formulários:
- Este formulário foi projetado para facilitar a seleção rápida e precisa de dados. Em vez de solicitar a digitação de informações detalhadas, o sistema permite ao usuário fazer seleções em listas suspensas, o que agiliza o processo de consulta.
A Importância de Criar Componentes Inteligentes
Em grandes corporações, a criação de componentes inteligentes desempenha um papel essencial na eficiência do desenvolvimento, evolução e manutenção de sistemas. Quanto maior e mais robusta for a biblioteca de componentes inteligentes, mais ágil será o desenvolvimento de novos formulários e funcionalidades, além de facilitar a manutenção contínua dos sistemas.
Benefícios dos Componentes Inteligentes
- Reutilização de Regras de Negócio:
- Componentes inteligentes encapsulam as regras de negócio, tornando-as acessíveis a diferentes partes do sistema sem a necessidade de duplicação de código. Por exemplo, um componente inteligente de seleção de cliente em uma empresa financeira pode conter toda a lógica necessária para buscar e validar clientes, independentemente do formulário em que esteja sendo utilizado. Isso evita inconsistências e garante que todos os formulários que usam esse componente sigam as mesmas regras.
- Aceleração do Desenvolvimento:
- Uma biblioteca rica de componentes inteligentes permite que os desenvolvedores criem novos formulários e funcionalidades rapidamente, sem precisar reimplementar a mesma lógica diversas vezes. Isso acelera o desenvolvimento e a entrega de novas funcionalidades ao negócio.
- Facilidade de Manutenção:
- Quando as regras de negócio mudam, a atualização dos componentes inteligentes afeta automaticamente todos os formulários que os utilizam, simplificando a manutenção e reduzindo o risco de inconsistências no sistema. Isso é particularmente importante em grandes sistemas corporativos, onde manter a coesão das regras de negócio é fundamental.
- Consistência no Sistema:
- A utilização de componentes inteligentes garante uma experiência consistente para os usuários finais. Quando todos os formulários utilizam o mesmo componente para selecionar um cliente ou conta corrente, por exemplo, a interface e a funcionalidade são sempre as mesmas, o que facilita o treinamento dos usuários e melhora a usabilidade do sistema.
Exemplo Prático: Componente Inteligente de Seleção de Cliente
Em uma empresa financeira, centenas de formulários podem requerer a seleção de um cliente ou de uma conta corrente. Criar um componente inteligente que encapsule toda a lógica de seleção de cliente — incluindo a busca, validação e exibição das informações — não apenas facilita o desenvolvimento desses formulários, mas também garante que todos sigam as mesmas regras e práticas.
Este componente pode ser utilizado em diferentes contextos, desde a abertura de uma nova conta até a concessão de um empréstimo. A centralização dessa lógica em um componente inteligente significa que qualquer mudança na maneira como os clientes são geridos (por exemplo, uma nova política de validação de clientes) pode ser implementada em um único local, afetando positivamente todo o sistema.
A criação e uso de componentes inteligentes dentro de uma corporação são estratégias essenciais para garantir a escalabilidade e a eficiência no desenvolvimento de sistemas corporativos. Eles não apenas aceleram o desenvolvimento e a manutenção, mas também asseguram que as regras de negócio sejam aplicadas de maneira consistente em todo o sistema, promovendo a coesão e a integridade dos dados.
Integração da Teoria com a Criação de Bibliotecas de Componentes Inteligentes
— Tudo bem, Rodrigo, entendi o seu ponto de vista, e concordo. Mas, afinal, o que significa tudo isso? Para que serve e onde essa teoria será utilizada? Sem um propósito claro, essa teoria pode acabar se tornando apenas uma mera observação.
— Então, esta teoria serve como base para a criação de bibliotecas de componentes inteligentes, algo que pode acelerar significativamente o desenvolvimento, manutenção e padronização das interfaces nas aplicações corporativas. Se a maioria dos campos de um sistema corporativo são destinados à seleção de valores pré-existentes, isso significa que esses campos podem ser encapsulados em componentes corporativos inteligentes. Componentes que, além de simplificar o processo de desenvolvimento, também garantem a consistência das regras de negócio em todo o sistema.
E onde isso nos leva?
A ideia central é que, ao entender que a maioria dos campos são campos de seleção, podemos criar componentes corporativos reutilizáveis e inteligentes. Esses componentes não apenas facilitam o desenvolvimento, mas também abrem portas para a geração de formulários dinâmicos. Se temos uma biblioteca de componentes inteligentes bem estabelecida, podemos usar metadados para gerar formulários automaticamente, reduzindo drasticamente o tempo de desenvolvimento e aumentando a flexibilidade do sistema.
Essa teoria, portanto, não é apenas uma observação, mas a base para enfrentar um dos maiores desafios no desenvolvimento de sistemas corporativos modernos: a geração dinâmica de formulários a partir de metadados.
Por que isso é importante?
A criação de formulários dinâmicos com base em metadados é um problema complexo, mas ao focar em componentes inteligentes que lidam com campos de seleção, podemos começar a resolvê-lo de forma mais eficiente. Componentes inteligentes, que encapsulam as regras de negócio e estão prontos para serem usados em diferentes contextos, tornam a geração de formulários dinâmicos muito mais viável. Eles permitem que o sistema crie formulários automaticamente, com base nos dados que já existem, em vez de depender de desenvolvimento manual para cada nova funcionalidade.
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Estou ansioso para ouvir suas ideias e aprender com suas experiências. Ao longo dos próximos artigos, vamos nos aprofundar ainda mais nesse tema. Temos muito o que discutir e desenvolver sobre a criação de componentes inteligentes e a geração de formulários dinâmicos. Então, fique de olho e acompanhe o próximo capítulo dessa jornada.
Até lá, deixe seu comentário e vamos continuar essa conversa juntos!